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  • Foto do escritorFernando Pelegrini

Psicologia Decolonial e a Cultura

O seguinte artigo não segue as normas da ABNT pela autora acreditar que tal normatização não representa, necessariamente, o conhecimento, que deve ser inteligível e lógico, mas livre, pois a sociedade é diversa.



Desde 1990, com Quintero vem-se discutindo a europeização e americanização da psicologia e com isso muitos temas vem sido retomados, temas que haviam sidos esquecidos e que foram inviabilizados ou considerados encerrados (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva; 2019).

A psicologia, ciência esta que foi implementada como profissão em nosso pais por meio da Lei 4119/62, também a lei de Diretrizes e Bases (LDB), que é o que estabelece as normas pedagógicas para o ensino. Foi a partir destes que compuseram os demais documentos (como as normas éticas).

Desde os primórdios da psicologia, onde a ciência vem para se desvincilhar da Filosofia e Medicina, firmando-se como ciência epistemológica, ainda sim, suas raízes são predominantemente europeia e americana (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

A psicologia brasileira se consolida em a) diagnóstico psicológico; b) orientação e seleção de pessoal; c) orientação psicopedagógica; d) solução de problemas de ajustamento. (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

Desde 1906 havia interesse na inserção do Brasil no cenário internacional da psicologia, mas isso foi realmente possível em 1910 com a chegada dos testes psicológicos e da psicometria (sobretudo os de inteligência e personalidade). Geralmente esses testes eram realizados em pacientes internados em casas para “alienados mentais” como chamados por volta de 1920 (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

Hutz em 2002 atenta que os testes podem ser usados para controle político e populacional, os autores concordam e atentam de que há pouca literatura na área sobre, o que já seria um indicador. Porém em 1970 surgia a Psicologia Social Crítica, o que deu origem ao código de ética da profissão.(Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

Mingolo, 2017, defende que há uma face oculta na modernidade resultantes de dois processos eurocêntricos de poder: um sistema de dominação da cultura e de dominação da subjetividade (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

Rufino (2019) aponta em um de seus artigos quando questionado sobre a pedagogia dos povos colonizados e para ele os povos sob o domínio de povos não brancos tiveram um conhecimento ancestral milenar desacreditados rapidamente. Sob este aspecto a problemática é étnico-racial. Ainda segundo o autor, o saber é imanente a vida e se esta problemática se dá a eles e nas universidades isso não é falado, por exemplo, há portanto, um empobrecimento (uma nova colonização) dessa história, desse saber, dessa vida (Echhardt,Gonçalves,Pereira,Silva;2019).

A universidade como lugar legítimo da produção de conhecimento deve ser o local para tais discussões, porém ainda sim se mostra comprometida com uma cultura de esquecimento e pouco estudo local. Assim, na perspectiva da presença da não diversividade (que é um processo violento), forma-se terreno para o esquecimento, a colonização, apagamento (Echhardt,Golnçalves,Pereira,Silva;2019).

As leis de cotas foram um movimento decolonial que trouxe para as universidades outros diversos saberes, como por exemplo o técnico cientifico, e periférico não eurocentrizados (Echhardt,Golnçalves,Pereira,Silva;2019).

A psicologia no Brasil tem suas próprias especifidades, como o SUS (Sistema Único de Saúde), porém ainda sim atua de maneira considerada colonialista em sua estrutura (Faria, Pacheco, Prado, Silva; 2022).

A importância da psicologia descolonizadora é que ela aproxima o conhecimento e a cultura da sociedade e também é mais comprometida com a realidade de nosso povo (Faria, Pacheco, Prado, Silva; 2022).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) considera como povos tradicionais os seguintes: indígenas, quilombolas, jangadeiros, caiçaras, caboclos/ribeirinhos amazônicos, sertanejos, vaqueiros, varjeiros (ribeirinhos não amazônicos), caipiras, açorianos, pantaneiro, pastoreio (campeiro), pescadores, sitiantes e praieiros, ciganos, pomeranos, afro-religiosos, povos do coco babaçu, seringueiros, vazanteiros e minorias (Faria, Pacheco, Prado, Silva; 2022).

Na psicologia descolonizadora muitas vezes as representações sociais (as próprias comunidades) tomarão papel mais importante do que o próprio sujeito, justamente com o intuito de contextualizar esse sujeito, a situação e as possíveis soluções (medidas interdisciplinares são comuns) (Faria, Pacheco, Prado, Silva; 2022).

Portanto é fundamental que se faça uma psicologia que integre e seja presente nas populações tradicionais e periféricas, além do trabalho interdisciplinar para realmente entender quais são as demandas da nossa sociedade.


Inspiração e informações acessos em:

Faria, Pacheco, Prado, Silva; 2022: file:///C:/Users/Marin/Downloads/claudiooliveira,+1758-6022-1-SM.pdf

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